Segundo dia da 10ª Convenção é marcado por palestras e debates sobre temas diversificados

18 de junho de 2015

por Assessoria de Comunicação do CRCMG

O segundo dia da Convenção teve início com a apresentação dos trabalhos selecionados ao Prêmio Internacional de Produção Contábil Técnico-Científica Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá.

Depois disso, teve início a primeira palestra do dia, “A fórmula do sucesso”, realizada pelo Mágico Renner. Com uma apresentação que envolveu humor, mágica e motivação, o mágico transmitiu aos participantes a importância da inovação para o mercado de trabalho. “Se fizermos tudo da mesma forma, os resultados serão os mesmos. Não importa o quão bom são seus números atuais, eles você já tem. Porém, sempre vai existir uma forma melhor para fazer o que está sendo feito, e os resultados serão aperfeiçoados. Se você não os buscar, o concorrente o fará e você perderá uma oportunidade.”, disse. Para ele, inovação não é deixar as ideias que já se tem, mas sim usá-las para aperfeiçoar os resultados. E somente com os resultados alcançados é possível conhecer o quanto é essencial a inovação.

Ele ainda destacou a importância de se ter sonhos e objetivos, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Segundo Renner, o sonho é o que move as pessoas. E o que as deixa felizes é a quantidade de realizações alcançadas. Para se alcançar esses objetivos, serão encontradas dificuldades. “Quando você quer, suas vontades se tornam maiores do que as dificuldades. As pessoas nascem iguais, porém, diante dos obstáculos, algumas enxergam a oportunidade de crescimento. São essas pessoas que o mercado busca. Pessoas que procuram as soluções e não tentam ignoram o problema.”, fala. Ele finalizou contando sua experiência e o que foi preciso fazer para alcançar seus sonhos, emocionando todos os presentes, e concluiu: “A pessoa só é aquilo que quer ser. Se acreditar nos sonhos, independentemente das circunstâncias, nunca deixe de confiar em Deus e de acreditar que seus sonhos são possíveis, pois só assim os tornará reais.”.

Na sequência, foram realizadas quatro palestras simultâneas. O tema “Esclarecimentos sobre o Coaf” foi moderado pelo vice-presidente de Administração de Planejamento do CRCMG, Rogério Noé, e teve como debatedor o contador Enory Luiz Spinelli. O tema foi apresentado por Ricardo Liáo, representante do Banco Central do Brasil no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre 1998 e 2013.

Ricardo Liáo contextualizou a criação do Coaf – órgão do Ministério da Fazenda com status de secretaria –, que ocorreu em 1998, quando entrou em vigor no Brasil a primeira lei específica contra a lavagem de dinheiro. O Coaf funciona como unidade de inteligência financeira do Brasil, com a missão de evitar que os setores econômicos sejam utilizados para a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo.  Para isso, o Coaf cruza dados financeiros com informações de diferentes bases, sendo possível identificar situações atípicas. Nesse contexto, ele destacou a importância e a necessidade de o profissional da Contabilidade conhecer os seus clientes, registrar as atividades operacionais e comunicar ao Coaf as operações suspeitas.

Uma das palestras mais concorridas foi a da vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CRCSP, a contadora Márcia Ruiz Alcazar, que abordou o tema “Normas Brasileiras de Contabilidade para PMEs – ITG 1.000”. A palestra ainda foi moderada pela conselheira do CRCMG, a contadora Andrezza Célia Moreira.

Márcia destacou o universo de oportunidades que o mercado das micro e pequenas empresas oferece aos profissionais da Contabilidade. Segundo ela, com a normatização do mercado empreendedor no Brasil, as empresas precisam conhecer os benefícios que a contabilidade pode trazer para a melhoria dos processos e, consequentemente, dos negócios. “A NBC ITG 1.000 faz sentido a partir do momento em que as empresas desenvolvem uma base bem estruturada em três pilares: processos, pessoas e sistemas”, destacou Márcia. E, segundo ela, “As empresas precisam entrar na era da gestão da transparência e credibilidade.”.

O tema “Cooperativas de Crédito” foi moderado pela vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCMG, Simone Maria Claudino de Oliveira, e apresentado pelo palestrante Romeu Eugênio de Lima, que é mestre e doutor em Administração e servidor do Banco Central do Brasil, onde ocupa o cargo de assessor do Deorf, dedicado a assuntos relacionados ao cooperativismo de crédito.

Romeu Lima falou sobre as regulamentações, o funcionamento dessas instituições e o número de cooperativas de crédito no país. “Em 2014, eram 5.333 unidades, entre sedes e postos de atendimento”. Para ele, a importância das cooperativas de créditos no país é evidenciada a partir de quatro características básicas do segmento: o segmento exerce papel significativo na inclusão financeira; por ter menor custo operacional, as cooperativas podem oferecer produtos e serviços a taxas e tarifas menores; elas estimulam o desenvolvimento regional sustentável; e as cooperativas de crédito ainda assumem um importante papel de propiciar educação financeira a seus associados. Em seguida, o palestrante apresentou os desafios das cooperativas e o que pode ser feito para superá-los, destacando a importância da governança nesse segmento e os problemas que podem ocorrer. Ele finalizou apontando as normas que estão em consulta pública.               

O tema “América do Sul: Convergência da Contabilidade aos Padrões Internacionais”, teve como moderador o presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC), contador Juarez Domingues Carneiro, e foi apresentado pela consultora, pesquisadora e professora da Universidade de Buenos Aires, Inés García Fronti, e pelo Ph.D em Contabilidade, o colombiano Maurício Gómez Villegas.

Inés Fronti expôs sobre a importância das normas, que tornam os cursos na área contábil parecidos nos países da América do Sul e na Europa. Falou, também, sobre a visão do International Accounting Standards Board (IASB) em relação à América do Sul. “O IASB dá ênfase nos mercados de capitais internacionais, ele observa as empresas que têm ações na bolsa. Para ele, o que importa é o quão sedutoras são as empresas para o investimento externo. Pouco favorece o fator humano.”, disse. 

Maurício Villegas falou sobre diversos aspectos: as tensões sobre a regulação contábil e a contabilidade; a “transformação” da administração da empresa e o papel da regulação contábil; problemas e miragem do objetivo hegemônico da tomada de decisão no mercado financeiro; e os desafios do Stewardship e da Accountability. “É preciso reconhecer o contexto e promover um processo de regulamentação mais eficiente, para salvaguardar o interesse público amplo e uma real integração de nossas economias e sociedades.”, finalizou. E, para encerrar, o coordenador, contador professor Valério Nepomuceno, parabenizou os palestrantes e fez considerações sobre as palestras. “É importante esta aula que tivemos aqui, sobre aspectos que não nos atentamos no dia a dia. Mais conhecimentos são sempre bem-vindos!”, finalizou.

Encerrando as atividades do dia, quatro palestras foram realizadas. Para falar sobre “Empreendedorismo contábil”, o CRCMG trouxe o empresário e contador Reinaldo Cardoso da Silveira, sócio-proprietário da Organização Silveira de Contabilidade, uma das principais empresas do setor na Bahia. A palestra contou com a mediação do vice-presidente de Registro do CRCMG, Mário César de Magalhães Mateus.

Silveira contou para os presentes a estrutura da sua empresa de contabilidade, os diferenciais e os valores que norteiam as ações, perseguidos diariamente.  Segundo ele, o grande salto de qualidade da empresa ocorreu em 2002, quando passou a integrar o GBrasil (Grupo Brasil de Empresas de Contabilidade). A partir desse momento, a Organização Silveira passou a se diferenciar, pois adotou sistemas e processos modernos. “Aprendemos a fazer, empreendemos e conquistamos grandes clientes. Mais do que isso, encantamos os clientes.”, comentou.

Hoje, a empresa desenvolve ações para qualificar a mão de obra, com programas de trainee e capacitação, tendo criado uma metodologia de captação de clientes, além de investir em tecnologia, com foco em resultados, entre outras ações. “Temos o compromisso com a ética e com o serviço prestado, e garanto que a profissão contábil é a melhor que existe, porque vendemos conhecimento.”, conclui.

No “Debate sobre Governança Corporativa”, coordenado pelo mestre Alexandre Queiroz de Oliveira e moderado pelo presidente do Ibracon 4ª Região e conselheiro do CRCMG, contador Paulo Cézar Santana, foi exposto o conceito e o ambiente atual da governança. Segundo o palestrante, consultor empresarial, contador e administrador Gilberto Loureiro, as principais características da governança corporativa nas empresas são: transparência; responsabilidade das ações; orientação por consenso; igualdade e inclusividade; efetividade e eficiência; e prestação de contas.

Em seguida, o palestrante, sócio de auditoria da Ernest Young, de Belo Horizonte, contador e administrador, Flávio de Aquino Machado, falou sobre o papel do auditor como um dos agentes importantes no mercado de capitais. “O aperfeiçoamento das instituições de mercados de capitais tem trazido importantes questionamentos da função do auditor independente, como a importância dele ser independente.”, diz. Ele ainda falou sobre a responsabilidade do auditor em detectar riscos de fraude. “Se o auditor for negligente ou falhar, ele tem a responsabilidade. Porém, a sociedade deve cobrar não só do auditor que não detectou a fraude, mas também de todos da organização, que têm um papel importante na governança.”, conclui. 

Em outra palestra da tarde, o professor e consultor de empresas, Frederico Gabrich, falou sobre “A Importância do Contador nos Processos de Fusão, Cisão e Incorporação de Empresas”. A palestra contou com a mediação do vice-presidente de Controle Interno do CRCMG, contador Antônio de Pádua Soares Pelicarpo.

Frederico Gabrich explicou como ocorrem e quais as finalidades das fusões e aquisições e destacou que o contador é peça chave nesse processo. Apresentou também os fatores críticos de sucesso de fusões e aquisições, como, por exemplo, os conflitos de interesses entre sócios, a expectativa exagerada de preços, a ausência de planejamento estratégico, entre outros. “O contador tem a visão do negócio e é tão ou mais importante do que qualquer outro envolvido no processo, porque cabe a ele a regularidade contábil, a adequação do plano de contas, a visão estratégia do negócio e o controle e sigilo dos projetos.”, ressaltou.

Por fim, “As perspectivas de entrada no mercado de trabalho contábil para os jovens” foram apresentadas pelos palestrantes Gideão José Pinto de Oliveira, mestre em Contabilidade e membro da Comissão Estadual do Jovem Contabilista e da Integração Estudantil do CRCMG, e Márcia Ruiz Alcazar, vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CRCSP e membro da Comissão Estadual do Jovem Contabilista do CRCSP. A moderadora foi a vice-presidente de Ética e Disciplina do CRCMG e coordenadora da Comissão Estadual do Jovem Contabilista em Minas Gerais, contadora Rosa Maria Abreu Barros.

Gideão Oliveira abordou a história da Contabilidade, as áreas de atuação do jovem profissional e o mercado de trabalho. Destacou que o profissional da Contabilidade bem qualificado é sempre requisitado. “O desemprego é zero para o bom profissional. Há uma diversidade de opções de atuação e é possível atuar na área em qualquer idade.”, disse. Sobre as habilidades esperadas e os diferenciais, afirmou que “conhecer a contabilidade é pré-requisito, os demais conhecimentos é que serão o diferencial para o mercado.”.

Já a palestrante Márcia Ruiz lembrou que o mercado é muito abrangente e que o profissional da Contabilidade está presente em qualquer que seja o segmento econômico. Ela explicou que a Ciência Contábil é uma ciência social, e não exata. “O contador tem que saber a técnica, mas também traduzir a informação para o contexto do cliente. O sucesso de qualquer empresa depende, também, do profissional da Contabilidade.”, destacou.