CRCMG realiza VI Encontro de Professores e Coordenadores do Curso de Ciências Contábeis de Minas Gerais

8 de novembro de 2019

O Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG) realizou, no dia 8 de novembro, o VI Encontro de Professores e Coordenadores do Curso de Ciências Contábeis de Minas Gerais, cujo objetivo foi aproximar o CRCMG das instituições de ensino superior que oferecem o curso de Ciências Contábeis em Minas Gerais e discutir o perfil desejado para o futuro profissional da contabilidade, em face das inovações introduzidas pela legislação e das diretrizes curriculares.

O evento, realizado com o apoio da Mastermaq e da Conexão Ágil, aconteceu na sede do CRCMG e contou com a presença de professores e coordenadores de cursos de Ciências Contábeis, conselheiros do CRCMG, membros do Grupo de Estudos Técnicos de Ensino do CRCMG, além de autoridades da área contábil.

O vice-presidente de Relacionamento Institucional do CRCMG, Oscar Lopes da Silva, e a coordenadora do Grupo de Estudos Técnicos de Ensino do CRCMG, Kelly Vaneska Muniz Sena, realizaram a abertura do evento. Em seu pronunciamento, Oscar destacou a importância do encontro e a necessidade de haver um “engajamento dos professores e coordenadores para que os alunos entendam a importância do Exame de Suficiência e do registro profissional, não só como exigência legal, mas como instrumento definitivo de valorização da profissão perante a sociedade.”.

Destacou também a implementação, pelo CRCMG, da modalidade de ensino a distância (EAD) e o papel dos educadores nesse contexto. “Nossa gestão, diante das dificuldades que o profissional encontra para manter-se atualizado, implantou o sistema de EAD para promover o acesso à educação profissional continuada. O sucesso desse empreendimento depende justamente do meio acadêmico para termos cursos cada vez mais abrangentes e interessantes. Sem bons educadores, o EAD não existe. Devemos aprender a usar a tecnologia a nosso favor e não lutar contra ela.”, disse.

Por fim, enfatizou que o Conselho continuará envidando esforços para contribuir para o legado que deve ser deixado para as novas gerações de contadores. “Esse é o nosso papel, que nos compete por vocação e por direito, e precisamos desempenhá-lo com excelência.”, concluiu.

A coordenadora do Grupo de Estudos Técnicos de Ensino do CRCMG, Kelly Vaneska Muniz Sena, falou sobre a escolha do tema do encontro e das palestras e ressaltou o papel dos educadores em formar alunos preparados para esse novo mercado e para novas formas de trabalho. “Temos experiência, mas temos que saber como passar esse conhecimento para essa nova geração que não têm dificuldades para lidar com as transformações.”, alertou.

Homenagem

Durante o evento, o vice-presidente de Registro, Romualdo Eustáquio Cardoso,  junto da vice-presidente de Desenvolvimento Profissional, Jacquelline Aparecida Batista de Andrade; da vice-presidente de Ética e Disciplina, Suely Maria Marques de Oliveira; do vice-presidente de Fiscalização, Jens Erik Hansen, e do vice-presidente de Relacionamento Institucional, Oscar Lopes da Silva, fez a entrega de certificados a alguns profissionais com registro ativo no CRCMG há mais de 50 anos, que receberam uma moção de aplausos como homenagem.

Palestras

A primeira palestra, “Business agility: é possível aplicar agilidade em instituições de ensino superior?”, foi ministrada pelo professor Carlos Silva Júnior, consultor especialista em transformação ágil, com sólida experiência em gestão de projetos de tecnologia e inovação. Durante o encontro, Carlos falou sobre a volatilidade do mundo e a importância de mudar a forma como são passados os ensinamentos na sala de aula. Para ele, o desafio do professor é ensinar o que realmente os alunos vão usar fora da sala. “Temos que preparar os alunos para o mercado e não para passar em provas. Um ponto a ser considerado é que não se vive individualmente. As pessoas precisam trabalhar em grupo e as provas e atividades devem, também, ser em grupo. É necessário promover a discussão. Fazer atividades assim é uma forma de engajar os presentes. Não devemos encontrar desafios, mas, sim, soluções.”, explicou Carlos.

Em seguida, o professor Gilberto José Miranda fez a moderação do painel “Pesquisa contábil: por que precisamos estar motivados para pesquisar da graduação ao doutorado?”. Na roda de discussão, os professores convidados Sílvia Pereira de Castro Casa Nova, Carlos Renato Theóphilo e Dr. José Elias Feres de Almeida falaram sobre suas experiências, recursos e metodologias utilizadas para despertar e manter a motivação dos estudantes no desenvolvimento de pesquisas cientificas. De acordo com Sílvia, o objetivo dos professores e orientadores é motivar os alunos e ajudá-los a encontrar assuntos que estejam ligados à realidade deles e aos seus interesses pessoais e profissionais, para que se interessem pela pesquisa e se mantenham estimulados. “Normalmente, o aluno está focado somente no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Porém, é preciso que ele esteja focado no processo de pesquisa. Temos que mostrar que é durante esse processo que vai haver muito aprendizado. Quando o aluno se vê aprendendo, ele fica motivado, vai pesquisar mais e não vai desistir.”, afirmou Sílvia.

Para fechar os trabalhos apresentados durante a manhã, o painel “Com a palavra, o aluno” foi moderado pela professora Edvalda Araújo Leal e coordenado pelo professor Adilson Mariano de Jesus Santos. Para a apresentação, foram convidados alunos de Ciências Contábeis de diferentes instituições de ensino, para que demonstrassem sua percepção em relação à didática adotada pelos professores e como eles acreditam que o processo de ensino pode agregar mais conhecimento. Edvalda iniciou o painel falando sobre a importância de ouvir os alunos. “Os alunos gostam de falar. Por isso, decidimos ter esse espaço para que os alunos expressem seus sentimentos e ideias.”, explicou.

Durante o evento, os estudantes presentes puderam falar sobre o que os incomodam em uma sala de aula; o que os motivam permanecer em sala; o que não gostam que os professores fazem e o que esperam dos professores. De acordo com eles, o principal ponto é a interatividade entre os alunos. Para eles, o aluno tem vontade de ser um participante ativo durante o processo de ensino. Para isso, não bastam apenas slides e textos no quadro ou em papel. Os estudantes pedem o uso de tecnologias, modelos criativos e cases para que possam aprender como tomar decisões em seu dia a dia e aplicar o que aprendeu. “Nós queremos participar da aula, expor nossas opiniões. O debate prende a nossa atenção, faz com que a gente absorva melhor o conteúdo. A teoria tem que se unir com a prática.”, disse uma das alunas presentes.

Em seguida, foi aberto um espaço para que os professores presentes fizessem perguntas aos estudantes e pudessem entender um pouco mais sobre seus anseios e percepções.

O painel “Profissão contábil: será o fim?” apresentou aos docentes as vertentes sobre a transformação da profissão contábil e a contribuição do professor na formação do novo perfil profissional. Moderado pela professora Kelly Sena, o painel teve como debatedores os professores Alex Magno Diamante, Márcia da Silva Santos e o Dr. Wagner de Paulo Santiago. Os debatedores falaram um pouco sobre o perfil profissional que o mercado exige e se as universidades estão formando profissionais com esse perfil. O professor Alex Magno Diamante salientou como a profissão está sendo afetada pela tecnologia, citando os robôs de rotinas contábeis e de auditoria e lembrou que o que terá fim será somente o trabalho que é repetitivo e não agrega valor. “Com certeza, o contador não deixará de ser necessário: ele existirá e ainda será requisitado em outras atividades que irão surgir.”, disse.

Encerrando as atividades do encontro, a professora Edilamar Pereira Amaral Esteves foi a moderadora do painel “EAD: oportunidade ou ameaça?”. Os professores Eduardo Alberti Carnevali, Dr. Régis Garcia e Josmaria de Oliveira apresentaram uma visão sobre o crescimento do EAD, o perfil dos alunos e as melhorias e adequações que ainda precisam existir para que o sistema se solidifique ainda mais no Brasil. “Precisamos refletir sob duas perspectivas: a EAD é um modelo novo de ensino ou um modelo novo de um ensino velho? Precisamos refletir sobre o que estamos ensinando nesse canal.”, ressaltou o professor Eduardo Alberti Carnevali. Para o Dr. Régis Garcia, na educação a distância, não basta conhecer a matéria. É preciso saber novas formas de ensino, de vocabulário e conhecer um pouco mais o perfil do aluno para chegar até ele.

Josmaria de Oliveira ressaltou o lado humano dessa modalidade de ensino. “O EAD aproxima e humaniza, pois permite, por exemplo, que pessoas que estão reclusas por diversos motivos tenham, nessa modalidade, uma possibilidade de contato com o curso que não teriam se esse fosse presencial, devido a dificuldades de locomoção, motivos de saúde e outros.”, ressaltou.